domingo, 27 de novembro de 2011

Porque fazemos o que fazemos?

A experiência com macacos.


Um grupo de cientistas colocou cinco macacos numa jaula. No meio, uma escada e sobre ela um cacho de bananas. Quando um macaco subia na escada para pegaras bananas, jogavam um jato de água fria nos que estavam no chão. Depois de certo tempo, quando um macaco ia subir a escada os outros o pegavam e enchiam de pancada. Com mais algum tempo, nenhum macaco subia mais a escada, apesar da tentação das bananas.
Então substituíram um dos macacos por um novo.
A primeira coisa que ele fez foi subir a escada, dela sendo retirado pelos outros, que o surraram.Depois de algumas surras, o novo integrante do grupo não subia mais a escada. Um segundo foi substituído e o mesmo ocorreu, tendo o primeiro substituto participado com entusiasmo na surra ao novato.Um terceiro foi trocado e o mesmo ocorreu. Um quarto e afinal o ultimo dos veteranos foi substituído.
Os cientistas então ficaram com um grupo de cinco macacos que mesmo nunca tendo tomado um banho frio,continuavam batendo naquele que tentasse pegar as bananas. Se possível fosse perguntar a algum deles porque eles batiam em quem tentasse subir a escada,com certeza a resposta seria:
"Não sei, mas as coisas sempre foram assim por aqui".

Será que adotamos  atitudes mais coerentes com nós mesmos, ou pensamos de acordo com os outros sem,ao menos, criticas...?


Tiago Carvalho.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um carcerário voluntário



Uma pessoa, certa vez, enquanto dormia, é levada a uma prisão. Assim que ela desperta do sono percebe que a cela tem todos os bel-prazeres que pode querer. CDs, todo tipo de comida, um parceiro (a), uma boa cama, livros, todo tipo de conforto. Um lugar para levar uma vida estável.
Rapidamente percebe que não quer sair de lá e se prepara para passar, naquela cela, o resto da sua vida.
Entretanto, mesmo que tivesse vontade de sair não podia, uma vez que a porta da cela se encontra fechada e o vigilante deitou fora a chave.


 - Essa pessoa é livre?




Tiago Carvalho



 

sábado, 8 de outubro de 2011

Viver a vida

- Viver a Vida (Vivre Sa Vie, França, 1962)

Eu sou suspeito em falar sobre os filmes de Godard. Muito genial, poético, filosófico e existencialista.
Mas vamos lá, vou tentar mostrar meu ponto de vista sobre o filme.
Sinopse: Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris. Godard neste filme cria uma atmostera analítica e sensual, conseguindo resgatar uma beleza gélida e austera.


Em francês, a expressão “viver a vida” funciona como gíria para descrever prostituição. O filme de Jean-Luc Godard que carrega a expressão no título, portanto, é uma tradução literal da narrativa, a história de uma garota bela e inteligente, mas pobre, que acaba virando prostituta em Paris para conseguir sobreviver. Um filme de Godard, porém, nunca é feito apenas de matéria-prima literal. E o título de “Viver a Vida” (Vivre As Vie, França, 1962) deixa isso, mais uma vez, evidente. Porque há uma uma conotação filosófica, quase metafísica, uma reflexão – bem ao gosto de Godard – sobre o ato de viver, com todas as complexas implicações que ele guarda.


Uma cena que para mim, particularmente, foi magistral. No momento em que Nana (Anna Karina, mulher do diretor) encontra um senhor e pede que lhe pague uma bebida. Ele aceita. E então que acontece uma conversa, totalmente, filosófica. Eles mergulham em um mar existencialista onde se discute o sentido da vida. Ela, poderosamente, cita uma frase marcante: “Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável”.
Esse vídeo mostra, especialmente, a conversa entre Nana(Anna Karina) e o senhor(Brice Parain).

O longa-metragem é dividido em doze partes, cada uma com um título que sintetiza a ação.
Esse é mais um filme de Godard que mostra a quintessência da sétima arte. Mais uma bela obra de Godard.

- Viver a Vida (Vivre Sa Vie, França, 1962)
Direção: Jean-Luc Godard
Elenco: Anna Karina, Saddy Rebbot, André S. Labarthe, Guylaine Schlumberger
Duração: 85 minutos

OBS: Lembrando que esse é meu ponto de vista à respeito do filme.
Tiago Carvalho.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

O poder do pensamento negativo


Como podemos agir quando nos acostumamos a sentar e assistir? As lições e o conhecimento estão no quadro. A verdade e a salvação, no altar. - E as imagens da vida na tela. - Nós trocamos os desejos por aceitação. - Natureza é conflito. Sociedade é submissão.- Agir não é apenas fazer alguma coisa. Nossas ações constroem e alteram a realidade. Para que e para quem estamos agindo? As pessoas têm seu papel e você aprende o seu no jornal ou na escola. Aprende em casa como se comportar, para ser um trabalhador passivo, ou um chefe insensível ou um ladrão. Isto é educação, de qualquer forma. Nos ensinam o destino, mas não de onde provém. Somos apenas coadjuvantes neste espetáculo e talvez isto explique a existência de heróis: pessoas como nunca vamos ser, livres e fortes. Talvez isto explique a existência de ídolos, pessoas como nunca poderemos ser... Você aprende o que comprar para esquecer a falta de poder e liberdade. Sua vida vai embora mas você reza para o tempo passar rápido, até o próximo fim de semana. No final é apenas uma questão de aceitar as regras, abrir mão de algumas coisas para ter outras. Natureza é conflito. Sociedade é submissão. A conveniência se impõe sobre a liberdade e o poder sobre a vontade. Quem constrói a verdade controla sua vida. Cansados de perder alguns tentam mudar por dentro.


Letra de uma banda de Hardcore que eu gosto muito.  Colligere.

Clube da Luta

Jack (Edward Norton), homem do tipo "certinho", está exausto dessa vida e resolve fazer parte de um clube privado ao conhecer o louco e audacioso Tyler Durden (Brad Pitt). O Clube da Luta é restrito aos seus integrantes e é secreto. Dentre suas regras estão: Não falar nunca sobre o Clube da Luta e seguir à risca a regra número 1. Lá, eles pretendem descontar todas as suas fúrias e aprender a ser livres. Tyler prega a autodestruição para se atingir a liberdade. Tentando se afastar de sua vida certinha, Jack não sabe se está mesmo no caminho certo. Tyler é um líder que atrai cada vez mais seguidores e Jack teme que as coisas fujam do controle.
 
As vezes nos sentimos aprisionados e reprimidos em prol de condições favoráveis na sociedade. Constantemente lançamo-nos contra nosso desejos e instintos básicos. Parece que colocamos todos os nosso desejos em lugares recônditos de nossa alma e tentamos agir conforme nossas regras sociais. Quando o homem realmente se tornará um indivíduo soberano de si frente as necessidades da sociedade capitalista?
Vários filmes tentaram retratar essas angústias do homem, dentre estes filmes podemos destacar o filme clube da luta.

Jack (Edward Norton) é um executivo que trabalha como investigador de seguros de uma grande montadora de automóveis. Ele vive driblando suas crises de insônia, extravasa sua ansiedade em sessões de terapia grupal, ao lado de gente com câncer, tuberculose e outras doenças, pois é só no meio de moribundos que Jack se sente vivo e assim consegue dormir. Sua alegria só é interrompida pela chegada de Marla Singer (Helena Bonham Carter), uma viciada em heroína com idéia fixa de suicídio. Repentinamente entra na sua vida Tyler Durden (Brad Pitt), um cara ainda mais maluco que Jack. Eles se conhecem em um vôo e mal se falam, mas quando o apartamento de Jack explode misteriosamente ele vai morar com Tyler, que vive em uma mansão caindo aos pedaços. Tyler lhe oferece uma perigosa alternativa: por à prova seu instinto animalesco em combates corporais. 

Para Nietzsche o homem moderno esta doente. Para o filósofo, o homem moderno e niilista passa por um momento em que suas reais necessidades instintivas são reprimidas. A crítica que Nietzsche faz a sociedade do seu tempo é que a sua sociedade (uma crítica a Europa e principalmente a Alemanha) está doente. O motivo desse estado de enfermidade que a Alemanha se encontra é para Nietzsche esse mal estar em que se encontra a cultura da sua época. Uma vez que todos os sentimentos de vingança, ressentimento e ódio, não podendo mais exteriorizar no homem, então esse excesso de sentimento é somatizado com depressão, neuroses e outros males psicológicos.
"O clube da luta" um grupo criado pelos personagens é uma espécie de Kartase onde eles tentam dar um sentido a vida. É na luta que eles exteriorizam seus instintos mais cruéis e bárbaros e sentem se vivos. No final do filme mostra que todos esses instintos estão constantemente querendo sair, dominar e criar sentidos ao mundo.