terça-feira, 11 de outubro de 2011

Um carcerário voluntário



Uma pessoa, certa vez, enquanto dormia, é levada a uma prisão. Assim que ela desperta do sono percebe que a cela tem todos os bel-prazeres que pode querer. CDs, todo tipo de comida, um parceiro (a), uma boa cama, livros, todo tipo de conforto. Um lugar para levar uma vida estável.
Rapidamente percebe que não quer sair de lá e se prepara para passar, naquela cela, o resto da sua vida.
Entretanto, mesmo que tivesse vontade de sair não podia, uma vez que a porta da cela se encontra fechada e o vigilante deitou fora a chave.


 - Essa pessoa é livre?




Tiago Carvalho



 

sábado, 8 de outubro de 2011

Viver a vida

- Viver a Vida (Vivre Sa Vie, França, 1962)

Eu sou suspeito em falar sobre os filmes de Godard. Muito genial, poético, filosófico e existencialista.
Mas vamos lá, vou tentar mostrar meu ponto de vista sobre o filme.
Sinopse: Uma seqüência de doze segmentos desconectados apresenta a trajetória de uma jovem mulher entrando no mundo da prostituição em Paris. Godard neste filme cria uma atmostera analítica e sensual, conseguindo resgatar uma beleza gélida e austera.


Em francês, a expressão “viver a vida” funciona como gíria para descrever prostituição. O filme de Jean-Luc Godard que carrega a expressão no título, portanto, é uma tradução literal da narrativa, a história de uma garota bela e inteligente, mas pobre, que acaba virando prostituta em Paris para conseguir sobreviver. Um filme de Godard, porém, nunca é feito apenas de matéria-prima literal. E o título de “Viver a Vida” (Vivre As Vie, França, 1962) deixa isso, mais uma vez, evidente. Porque há uma uma conotação filosófica, quase metafísica, uma reflexão – bem ao gosto de Godard – sobre o ato de viver, com todas as complexas implicações que ele guarda.


Uma cena que para mim, particularmente, foi magistral. No momento em que Nana (Anna Karina, mulher do diretor) encontra um senhor e pede que lhe pague uma bebida. Ele aceita. E então que acontece uma conversa, totalmente, filosófica. Eles mergulham em um mar existencialista onde se discute o sentido da vida. Ela, poderosamente, cita uma frase marcante: “Se estou feliz, sou responsável; se estou infeliz, sou responsável”.
Esse vídeo mostra, especialmente, a conversa entre Nana(Anna Karina) e o senhor(Brice Parain).

O longa-metragem é dividido em doze partes, cada uma com um título que sintetiza a ação.
Esse é mais um filme de Godard que mostra a quintessência da sétima arte. Mais uma bela obra de Godard.

- Viver a Vida (Vivre Sa Vie, França, 1962)
Direção: Jean-Luc Godard
Elenco: Anna Karina, Saddy Rebbot, André S. Labarthe, Guylaine Schlumberger
Duração: 85 minutos

OBS: Lembrando que esse é meu ponto de vista à respeito do filme.
Tiago Carvalho.